Borderline
Lúcio Salazar
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Goiânia-2011
O conceito de Transtorno Borderline de Personalidade na literatura psicanalítica: Freud, Laplanche, Green, Kernberg, Mahler e Bergeret com ênfase no diagnóstico clínico psicanalítico.
O paciente borderline está cada vez mais presente nos consultórios talvez porque seja possível diagnosticá-lo com maior precisão nos dias atuais. Há controvérsias quanto a definição do conceito Borderline: para Kernberg é uma organização de personalidade Borderline, enquanto para Bergeret e Kohut é uma estado limítrofe, por exemplo. Entretanto, é preciso entender que Borderline é uma parada no desenvolvimento do sujeito, consistindo em estruturas de transição. Não é uma patologia simples (se assim pode ser chamado) no sentido de que é preciso compreender, além da sua sintomatologia, o seu real funcionamento, sabendo diferenciar de outros diagnósticos.
Assim, pensamos em apresentar um entendimento psicodinâmico acerca da psicopatologia dos pacientes Borderline, discorrendo sob o enfoque de diversos teóricos. Devido às diferentes terminologias utilizadas para designá-lo, adotamos a palavra Borderline para nos referirmos a tais pacientes, pois dessa forma fica mais claro entender os diferentes conceitos dos teóricos neste trabalho mencionados.
No início, o termo Borderline se encontrava na “fronteira da psicose”, mais especificamente na esquizofrenia. Com o tempo, esse transtorno se aproximou dos transtornos afetivos (Mc Glashan, Gabbard, 1998). Conforme Kaplan (1997, p.693) “os pacientes com transtorno de personalidade Borderline situam-se no limite entre neurose e psicose, e se caracterizam por afeto, humor, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis”.
De acordo com Bedani (2002) o surgimento dos estudos sobre Borderline origina-se em 1801, tentando ser designado e