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O Ride Noturno – Dia 6
Hoje vai ser o ride noturno. Tenho um certo medo, pois outro facto engraçado e estupido sobre mim é que tenho um pânico terrível e infantil ao escuro, que parece que vai piorando com o tempo, para além de ter a certeza que os monitores nos vão tentar assustar. Dizem que o do ano passado, cujo tema foi o Harry Potter, foi horrível e que se borraram todos de medo no final. Este ano o tema são os Hunger Games. Pelo menos conheço a história, podia ser algo tipo Eragon e aí perdia toda. Vamos ser os tributos. Que felicidade. Tenho preferência para o Distrito Doze por favor.
Agora estou a passear um pouco pelo campo com a Micaela. Um vulto negro começa a caminhar na nossa direção. A Tânia. Franzo o sobrolho, e depois lembro-me da confissão que ele me fez ontem à noite e tento controlar o riso. Infelizmente, não o controlei na altura que devia e acabei por levar um raspanete junto com o leite que tinha a pingar do queixo. Passo a língua pelos lábios e expiro fundo para me controlar.
- Olá porca. – sorrio.
- Olá…. – parece-me um pouco atrapalhada. – Podiam falar com o Barriga? Sobre aquilo que eu falei ontem…. Tentarem saber se ele gosta ou não de mim…. – nunca a vi assim atrapalhada e não consigo deixar de achar engraçado.
- Não precisas de ficar assim. – comento remexendo no cabelo.
- Fácil falar. Eu gosto mesmo dele.
Gostar mesmo de alguém. Nunca me aconteceu tal coisa. Só tive dois namorados até agora, mas acho que nunca amei realmente nenhum deles. Amar alguém é muito relativo e complicado. Não sei, acho que nunca gostei de alguém a sério, mas gostava de saber qual é a sensação, e por isso tenho alguma inveja da Tânia. Não propriamente dela, mas dos sentimentos dela.
- Nós perguntamos. – apresa-se a responder a Micaela.
- Perguntamos? – repilo perplexa.
- Claro que perguntamos.
- Ou perguntas. – corrijo.
- Mas não sejam assim muito diretas. – tenta explicar a Tânia. – Tentem rodear o assunto percebem. Dizem que alguém