Bocos economicos
Vamos estudar as origens, o contexto de surgimento e o significado da regionalização do mundo, com base na teoria do “choque de civilizações” de Samuel Huntington, criando uma visão crítica sobre seus fundamentos a partir de outros autores, principalmente Edward Said, e por que a aceitação da visão de Huntington representa certo reducionismo (reduzir os fenômenos) no entendimento da geografia do mundo atual, em virtude de se desconsiderar fatores geopolíticos, históricos, as disputas econômicas etc.
Sua origem
Em um artigo intitulado “Choque de civilizações: na origem de um conceito”, Alain Gresh explica que a idéia de “choque” foi freqüentemente retomada para explicar os conflitos entre Ocidente e Oriente. Ainda em 1964, Bernard Lewis, um professor universitário britânico pouco conhecido, lançou a expressão que ficaria famosa. Se, por um lado, esta passou despercebida durante a década de 1960, de outro foi relançada por ele vinte e cinco anos depois na forma de um artigo, “As raízes da cólera muçulmana”. Gresh ressalta que:
“a visão de um ‘choque de civilizações’, contrapondo duas entidades claramente definidas, o ‘Islã’ e o ‘Ocidente’ (ou a civilização judeo-cristã’), está no centro do pensamento de Bernard Lewis, um pensamento essencialista que restringe os muçulmanos a uma cultura petrificada e eterna.”
GRESH, Alain. Choque de civilizações: na origem de um conceito.
Edição de setembro de 2004 do Le Monde Diplomatique. Em 1993, Samuel P. Huntington, estrategista norte-americano, retomou a fórmula do “choque de civilizações” num célebre artigo que escreveu para a revista Foreign Affairs. O texto fez tanto sucesso e despertou tanta polêmica que levou o seu autor a ampliá-lo e, em 1996, Huntington publicou o livro Choque de civilizações: e a recomposição da ordem mundial, publicado no Brasil no ano seguinte.
O contexto geopolítico em que surgiu e seu significado
A expressão “choque de civilizações” adquiriu grande repercussão no