Boca do inferno
A autora cearense Ana Miranda, recria em seu livro Boca do Inferno lançado em 1989, uma pouco da Bahia de 1683, mais precisamente no século XVII. Boca do Inferno é um romance que tenta mostrar uma terra marcada pela libertinagem, corrupção e luta pelo poder. Ana Miranda usa no livro diversas palavras e expressões tidas como chulas, com tom de critica à sociedade, que fazem referência a sátira de Gregório de Matos, um poeta do século XVII conhecido pelo apelido Boca do Inferno ou Boca de Brasa que fazia criticas ferrenhas a sociedade baiana da época. Ele faz parte da obra como um dos personagens.
Trama de Boca do Inferno
Para entender a obra Boca do Inferno é importante entender onde ela se passa e um pouco de sua estrutura. Romance narrado em terceira pessoa, dividido nos capítulos: A Cidade, O Crime, A Vingança, A Devassa, A Queda e O Destino. Todas as expressões vulgares usadas no livro são uma referência a Gregório de Matos. A história acontece durante o governo do militar tirano Antônio de Souza de Menezes, conhecido como Braço de Prata, durante o período colonial. Livro Boca do InfernoNo capitulo inicial a autora descreve a Bahia durante o século XVII ambientando bem o leitor. Ela descreve como um lugar paradisíaco que possui o problema de abrigar demônios que faziam de tudo para aliciar as almas para o inferno. O poeta Gregório de Matos é descrito nesta primeira parte também.
A trama se inicia com Francisco Teles de Menezes, alcaide-mor do governador, que sofre um atentado onde oito homens encapuzados o cercam, cortam sua mão e em seguida é assassinado por Antônio Brito.
O crime tem motivações políticas, sendo que entre os envolvidos estão: Moura Rolim, primo de Gregório de Matos, e Ravasco, primo do Padre Antônio Vieira. O governador da Bahia, Antônio de Sousa Menezes, chamado Braço de Prata, começa uma perseguição contra os