BOAVENTURA DE SOUSA
CURSO DE CIENCIAS BIOLOGICAS
METODOLOGIA DO ESTUDO
PROFª: PRISCILA FREIRE
SOUSA SANTOS, BOAVENTURA DE (1987); Um discurso sobre as Ciências, Edições Afrontamento; Porto; 1988.
A situação das ciências faz parecer que ainda se vive no século XIX devido aos progressos mais recentes que revelam uma situação dramática em relação aos séculos que procederam. Revela-se um tempo pobre de simples ideias, de perguntas, que antes facilmente eram feitas. No início do século XVIII, em que a ciência moderna acabara de sair da revolução cientifica do século XVII, deixava-se os cálculos para abranger toda uma questão técnica e social. Contudo, hoje, criou-se um medo de novas abundâncias da vida individual e coletiva. A nova racionalidade científica é um modelo global e totalitário. Essa nova visão conduz-se a duas distinções, entre o conhecimento científico e o conhecimento do senso comum. Enquanto nas ciências naturais, tornou-se possível uma série de formulações de teorias e princípios que foram aceitos pela comunidade científica, nas ciências sociais não houve este consenso. Contudo mesmo que a ciência social apresente sinais de crise, suas concepções pertencem ao paradigma de ciência moderna. A crise do paradigma dominante é o resultado de uma pluralidade de condições, entre condições sociais e teóricas. Tanto nas sociedades capitalistas como nas socialistas de Estado do leste europeu, a industrialização da ciência trouxe o compromisso com os centros de poder econômico, social e político, que passaram a ter um papel decisivo na definição das prioridades científicas. Os modelos explicativos das ciências sociais vêm sobressaindo ao desenvolvimento das ciências naturais nas últimas décadas, pela facilidade com que as teorias físico-naturais se aplicam no domínio social. A concepção humanística das ciências sociais coloca a pessoa como autor e sujeito do mundo, já as humanidades tradicionais coloca o que hoje se designa