Para falarmos de modernidade, nos é exigido um referencial, pois o termo modernidade, empiricamente associado ás coisas do futuro, mais que nos remete ao passado é o que também nos indica o momento atual. Pode-se dizer que, empiricamente, o termo associado coloquialmente ás coisas do futuro, em nosso tempo signifique estar á frente do seu tempo, já historicamente entende-se como homem moderno, aquele que esteve inserido nos contextos da era tecnológica, no desenvolvimento da ciência, nas mudanças ocorridas das politicas-econômicas e nas transformações sociais que iniciaram-se com o renascimento, passando pelas grandes revoluções e que culminaram com o desenvolvimento do capitalismo industrial. E é esse momento de grandes progressos nas ciências e de grandes transformações sociais, períodos de grandes contradições e conflitos caracterizantes desse tempo e que ainda hoje marca nossa modernidade. É esse período da modernidade que Boaventura de Sousa Santos contextualiza em sua obra: Um Discurso Sobre As Ciências. Modernidade esta, que constantemente envolta em grandes conflitos sob a forma de rupturas, sobreposições e superações, também nos indica o que seria o final desse período moderno. O momento atual configurado com pós-modernidade é considerado sob a perspectiva, que modernidade seria o momento e/ou contexto que estamos além, quer dizer, em via de ultrapassa-los. E é nesse novo contexto, de grandes enfrentamentos científicos, que Boaventura nos responde o que foi esse período de transição no que diz respeito ao conhecer cientifico; Em sua obra Boaventura situa os estágios iniciados nas primeiras décadas do século XIX com as descobertas da física-quântica e que foram de grande relevância na crise do paradigma dominante e que culminaram com a emergência de um novo paradigma. O paradigma de pensamento da ciência moderna desenvolvido no âmbito das ciências naturais é o da revolução cientifica do século XVI