Boas Práticas de Cultivo de Mandioca na Agricultura Familiar
Pedro Luiz Pires de Mattos
José Raimundo Ferreira Filho
Introdução
A cultura da mandioca desempenha uma elevada importância social como principal fonte de carboidratos para mais de 700 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. O Brasil, com aproximadamente 2 milhões de hectares, é um os maiores produtores mundiais de mandioca, com uma produção 24 milhões de toneladas de raízes frescas. A Região Nordeste caracteriza-se pelo policultivo (mistura de mandioca com diversas espécies, principalmente feijões e milho) e é a maior região produtora do País. As raízes nessa região são todas transformadas em farinha de mesa. Por sua vez, a procura por ingredientes para ração animal vem crescendo, fazendo com que a mandioca seja utilizada integralmente (raiz e parte aérea).
Condições edafoclimáticas
A mandioca é cultivada na faixa compreendida entre 30°N e 30° S, embora a concentração de plantio da mandioca esteja entre as latitudes 15°N e 15°S. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 m, sendo a altitude de 600 a 800 m as mais favoráveis.
A faixa ideal de temperatura situa-se entre os limites de 20°C a 27°C (média anual),podendo a planta crescer bem entre 16°C e 38°C. Quanto à precipitação pluvial, a faixa mais adequada está compreendida entre 1.000 e 1.500 mm/ano bem distribuídos.
A mandioca, por ser uma cultura cujo principal produto são as raízes, necessita de solos profundos e friáveis (soltos), sendo ideais os solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela facilidade de colheita. Os solos argilosos são indesejáveis, por serem mais compactos que os de textura média, dificultam o crescimento das raízes e apresentam um maior risco de encharcamento, provocando o apodrecimento das raízes, verificando-se uma maior dificuldade na colheita, principalmente se ela coincide com a época