Blog do PIM
O filme de estreia de David K. Kyle, que assina não só a direção, mas também o roteiro e a produção, pode ser seu primeiro e último.
O único motivo pelo qual o filme “pode ser seu primeiro e último” é simples: Mario Abbade, o finalizador de carreiras, quis assim.
A única intenção do diretor era fazer uma obra panfletária contra o aborto.
A obra panfletária de David Kyle contra o aborto contém fatos, informações e depoimentos tão esclarecedores quanto estarrecedores, inclusive de ex-proprietários de clínicas abortivas - o que o resenhista providencialmente omite -, enquanto a resenha é panfleto abortista em estado puro, que contém apenas sua reação histérica a uma obra cujo conteúdo não consegue nem pode refutar e de cujo diretor, por isso mesmo, prefere desmerecer as supostas intenções. Só um jornalista ativista pode condenar um documentário - como fez também a crítica Cláudia "Abbade" Collucci na Folha - pelo simples fato de tomar posição, expondo uma opinião pessoal do autor/diretor, como se 1) nenhum cineasta pudesse fazer aquilo que qualquer resenhista é pago para fazer; 2) a opinião, no caso, não fosse justamente um contraponto a todo o mainstream do qual esses resenhistas fazem parte; e 3) não viesse embutida nas contraposições boa parte das "ideias" do outro lado, ao qual a turma da "cabeça aberta" jamais se lembra de pedir - nas palavras de Collucci - "espaço para outras ideias". Não que Abbade condene a tomada de posição sempre, é claro. Só quando a opinião é contrária à sua, como já veremos.
Em seu blog, ele faz questão de firmar posição, definindo-se como republicano conservador.
É realmente notável o empenho jornalístico de Mario Abbade: ele entrou no blog do diretor! E vejam só o que descobriu: que ele é um “republicano conservador”! O que mais é preciso argumentar contra um filme se ele é escrito e dirigido por um “republicano conservador”(!) que ainda “faz questão”(!) de