bioética
Veiculação: Jornal do CRM-PB Nº 72, Abril-Junho 2007
A Bioética, enquanto estudo das questões éticas, sociais, legais, filosóficas e outras relacionadas à assistência à Saúde e às Ciências Biológicas, torna-se imprescindível na atualidade, onde nos confrontamos com dilemas da prática diária. Diante da indicação de um procedimento diagnóstico e/ou terapêutico a decisão deve ser do médico, detentor de mais conhecimento científico, ou do paciente, possuidor do corpo? O profissional deve expor ao paciente, detalhadamente, seu diagnóstico, opções terapêuticas e prognóstico?
O Juramento de Hipócrates traz uma visão da medicina sacerdócio, o médico como aquele que busca o bem estar do próximo, vigente no apogeu do período clássico da cultura grega na Antiguidade. Sob a influência jônica, surgiu um novo perfil de medicina, na qual as hipóteses eram construídas de fatos e não de concepções religiosas ou filosóficas. Todas as revoluções democráticas ocorridas no Ocidente tiveram por base a defesa dos direitos humanos, porém a relação médico-paciente continuou paternalista e absolutista, o paciente conduzido pelo médico. O debate ético entre os envolvidos com as ciências biológicas ressurgiu nos anos 50, como reflexo da crescente preocupação com o respeito e a preservação dos direito humanos, seja no campo da pesquisa ou na atividade clínica. Atribui-se ao oncologista norte-americano Van Rensselear Potter (1971) o primeiro uso e a divulgação do termo “Bioética”, derivado das palavras gregas bio (vida) e ethike (ética). Após Potter ter usado o termo Bioética, Warnem T. Reich organizou e publicou, com outros 285 colaboradores, a Enciclopédia de Bioética.
Em 1979, os filósofos americanos Beauchamp e Childress publicaram a obra “Princípios da Ética Biomédica”, que muito contribuiu para o crescimento do movimento bioético e estabeleceu quatro princípios fundamentais dessa nova ciência, o