Biossurfactantes
Os surfactantes são moléculas anfipáticas compostas por duas partes distintas, a hidrofílica (comumente chamada de cabeça) e hidrofóbica (cauda). A parte hidrofílica é formada por grupos iônicos ou não-iônicos, já a parte hidrofóbica é constituída por uma ou mais cadeias carbônicas, fluorocarbônicas ou siloxânicas, contendo de oito a dezesseis átomos de carbono (GALGANO, 2012). Os surfactantes podem ser classificados em sintéticos, produzidos a partir de uma síntese química, ou naturais, produzidos a partir de uma síntese biológica. Essas substâncias são responsáveis pela adsorção de moléculas tensoativas nas interfaces líquido-líquido, líquido-gás ou sólido-líquido de um dado sistema (HUNTER, 1993). Em virtude da afinidade dos surfactantes com óleos, gorduras e superfícies das soluções como sólidos, líquidos ou gases, eles são usados na forma de detergentes, emulsificantes, dispersantes e umectantes. Além disso, são componentes de variados produtos, como condicionadores, composições antissépticas, herbicidas, pesticidas e produtos de higiene pessoal.
Os surfactantes possuem um grande valor comercial nas indústrias petrolíferas. Com o grande crescimento da produção de petróleo há maiores índices de liberação deste no meio ambiente. Muitas vezes essa contaminação é derivada dos motores, das lavagens de tanques de navios cargueiros, petroleiros e pesqueiros. Há casos de vazamentos originados de operações de carga e descarga nos portos e terminais (PIRÔLLO, 2006). Essa contaminação provocada pela exploração do petróleo causa um grande impacto ambiental nos ecossistemas marinhos e terrestres. Assim, uma das maneiras de degradação deste composto é utilizando biossurfactantes, por meio da biorremediação.
Biossurfactantes são surfactantes produzidos por diversos microrganismos, principalmente por bactérias, leveduras e fungos filamentosos quando cultivados em diferentes fontes de carbono (SILVA, 2011). Diferentemente dos surfactantes de origem