Bion
Wilfred Ruprecht Bion nasceu em 8 de setembro de 1897, na cidade de Muttra, na Índia. Seu pai era britânico e na condição de engenheiro do serviço público inglês, prestava um serviço de irrigação para o governo indiano na época do nascimento de Bion. Segundo Zimermam (2004) apud Silva et al.(2011), Bion tinha uma relação conflituosa com o pai, tanto o admirava como se recordava de algumas surras usadas para introduzir a sabedoria. Já sua mãe fora uma pessoa simples, dedicada às atividades domésticas e de temperamento instável, com mudanças súbitas de humor, mostrava-se uma pessoa fria e frequentemente triste e o garoto sofria muito com estas características da mãe, além do medo que sentia, pelo fato de que ela pudesse morrer, pela idade avançada que tinha. Teve uma única irmã, três anos mais nova, chamada Edna, com quem brigava muito. Considerava sua família como um ‘conjunto de amalucados’, sempre fora um menino questionador e instigante.
Embora, vivessem na Índia, o contato com os indianos era muito restrito. Bion e Edna viviam sob os cuidados de uma ama indiana, Ayah, uma senhora que exercera marcante e significativa influência sobre a vida de Bion, uma vez que a cultura indiana ficou impressa de forma permanente e construiu uma boa parcela de sua cultura psicológica e inconsciente, conservando um cunho de natureza oriental místico-religiosa no decorrer de sua vida.
Aos 8 anos de idade, como já era de costume entre os altos funcionários ingleses mandarem seus filhos estudarem na Inglaterra, Bion foi enviado para Londres estudar em um colégio interno e lá morou sem a família, recebendo escassas visitas de seus pais. Sentia aguda solidão e sofria com a discriminação por parte dos colegas. Aos poucos fora se tornando parecido com sua mãe, que “não ria e nem chorava”. Atravessou uma séria crise emocional em sua adolescência e refugiou-se em uma espécie de autismo e recorreu a uma masturbação intensiva. Declarou