bioluminescencia
Na bioluminescência há uma transdução quimiofísica, ou seja, uma transformação de energia química em energia luminosa. O estudo bioquímico desse fenômeno revelou que é extremamente variável, dependendo em geral da ação de uma enzima, a luciferase, sobre um substrato, a luciferina. Ambas reagem entre si, com a oxidação de um substrato pelo oxigênio, liberando luz. Este sistema foi bem estudado no crustáceo Cypridina e, tanto a luciferina como lucirerase, já foram isoladas e caracterizadas nesta espécie. Vários peixes têm um sistema parecido com a luciferina-luciferase dos crustáceos. Um caso análogo ocorre nos protozoários Noctiluca e Gonyaulax, responsáveis pela luminescência da água do mar quando esta é perturbada pela passagem de um peixe ou por agitação das ondas.
Nos insetos, como no caso do vagalume, além de luciferina e luciferase é necessária a presença de ATP, consumido durante a emissão de luz. É uma reação altamente específica para ATP, não ocorrendo com outros compostos fosforilados.
Além dos dois sistemas mencionados existem outros que independem da presença de luciferina ou de luciferase, é o que ocorre nas bactérias e fungos que emitem luz. Outro tipo de sistema foi encontrado nos celenterados, onde a bioluminescência não depende da presença de oxigênio, o fenômeno ocorre de íons cálcio com proteínas específicas.
Uma característica interessante é o fato de não se observar uma relação genética na bioluminescência, pois há espécies muito próximas em que se verifica a presença e a ausência desse fenômeno. Trata-se de um processo geralmente contínuo nos seres menos evoluídos (como bactérias e fungos), ao passo que, em animais mais evoluídos (como insetos) ocorre com intermitência, sob a forma de curtas emissões de luz, de duração menor que um segundo. Todas as cores do espectro podem ser emitidas, mas o azul e o verde são as mais