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L I N G U A G E M MEDICA

EPIDEMIA, ENDEMIA, PANDEMIA. EPIDEMIOLOGIA

Joffre Marcondes de Rezende1

Os termos epidemia e endemia são dos mais antigos em medicina.
No Corpus Hippocraticum há sete livros com o título de Epidemias
(8) e Galeno usou endemia com o mesmo significado atual (l 1).
Quando se indaga sobre a diferença entre epidemia e endemia, ocorre-nos, imediatamente, a ideia de que a epidemia se caracteriza pela incidência, em curto período de tempo, de grande número de casos de uma doença, ao passo que a endemia se traduz pelo aparecimento de menor número de casos ao longo do tempo.
A distinção entre epidemia e endemia não pode ser feita, entretanto, com base apenas na maior ou menor incidência de determinada enfermidade em uma população. Se o elevado número de casos novos e sua rápida difusão constituem a principal característica da epidemia, oara a definição de endemia já não basta o critério quantitativo. O que define o caráter endémico de uma doença é o fato de ser a mesma peculiar a um povo, país ou região.
A própria etimologia da palavra endemia denota este atributo.
Endemos, em grego clássico, significa "originário de um país, indígena",
"referente a um país", "encontrado entre os habitantes de um mesmo país"
(1). Esse entendimento perdura na definição de endemia encontrada nos léxicos de vários idiomas, especializados em terminologia médica, como os que citamos a seguir:
Dicionário de termos médicos, de Pedro A. Pinto: "doença que reina habitualmente numa região, de causa local" (12).
Dicionário etimológico e circunstanciado de biologia, de J. L.
Soares: "doença habitualmente comum entre pessoas de uma região, cuja incidência se prende à ocorrência de determinados fatores locais" (14).

l Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás
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