Biologia
O alcoolismo revela-se, cada vez mais, como um dos grandes vilões da saúde e, infelizmente, seu índice de mortalidade tem crescido entre os jovens. E se engana quem pensa que um dos órgãos mais afetados é o fígado. O coração também sofre várias avarias quando o consumo do álcool é exagerado.
O álcool parece ter um efeito benéfico sobre o metabolismo de colesterol, reduzindo o depósito deste na parede da artéria, e dessa forma reduzindo o processo de aterosclerose.
Estudos epidemiológicos das décadas de 80 e 90 reforçaram as bases do que se convencionou chamar de “paradoxo francês”: a baixa incidência de doenças cardiovasculares na França, apesar da dieta rica em gorduras característica dos franceses. O hábito do vinho às refeições, universal na França, foi adotado como explicação para a existência desse paradoxo. Rico em certos flavonoides, o vinho teria propriedades antioxidantes que melhorariam a função vascular, reduzindo o número de ataques cardíacos e derrames cerebrais entre seus consumidores. O vinho parece ser a bebida que apresenta melhor evidência científica, mas estudos com mais de 38.000 pacientes mostraram que o que importaria é a quantidade de álcool, independente do tipo de bebida (cerveja, vinho ou destilados). Por outro lado, estudos em animais realizados no InCor em São Paulo demonstraram que o suco de uva integral também exercia efeitos benéficos na prevenção da aterosclerose.
O consumo excessivo de álcool está associado a risco maior de infarto do miocárdio e miocardiopatia dilatada (insuficiência cardíaca).
Miocardiopatia dilatada é uma doença do músculo do coração que impede o bombeamento adequado de sangue para o corpo, causando complicações como arritmias, coágulos de sangue e morte súbita. A miocardiopatia dilatada afeta principalmente o ventrículo esquerdo, uma importante câmara de bombeamento do seu coração. O ventrículo esquerdo torna-se ampliado (dilatado) e as fibras musculares se esticam ao máximo,