Bioinformatica
INTRODUÇÃO
O reconhecimento molecular é fundamental para as interações entre duas entidades moleculares e é altamente dependente da complementaridade de superfície, de hidrofobicidade, e de forças eletrostáticas. Essas interações foram ilustradas pela primeira vez no final do século XIX por Emil Fischer no famoso modelo lock-and-key, que propôs que o substrato funciona como uma chave que é específica para uma determinada macromolécula ou fechadura (1). A observação de que as macromoléculas não são entidades estáticas levou Daniel Koshland propor, a atualmente aceita, teoria do ajuste induzido. Assim, o ligante e a macromolécula são descritos como componentes dinâmicos que podem facilmente sofrer mudanças e moldarem-se a fim de otimizar seu ajuste (2). Esta teoria, enquanto proposto para complexos enzimáticos, é aplicável para a maioria dos complexos ligante-macromolécula em que as moléculas grandes e pequenas raramente têm uma natureza fixa tridimensional (3D).
As interações não covalentes de reconhecimento molecular são fundamentais para quase todos os processos biológicos (3,4). As interações entre ligantes e macromoléculas são, portanto, de fundamental importância para a concepção e descoberta de novos medicamentos. A estabilidade do complexo ligante-macromolécula é diretamente relacionada com a atividade biológica observada. Como resultado, estudos moleculares de modelagem, tais como Quantitative Structure Activity Relationship (QSAR) é a base para o nosso entendimento atual do reconhecimento molecular.
Flavonóides são substâncias fenólicas abundantes em muitas frutas, legumes e plantas vasculares. Geralmente, são os componentes responsáveis pelas cores características das pétalas. Eles atuam em plantas regulando o crescimento por meio da inibição da exocitose da auxina, além de induzirem a expressão gênica (5). Além do mais, por causa de suas propriedades de absorção da