Bioindicadores
A presença ou ausência de certas espécies , bem como a sua densidade, nos ecossistemas pode trazer muitas informações sobre a qualidade do ambiente. Isto ocorre porque as espécies respondem fielmente aos parâmetros ambientais que garantem a sua sobrevivência, ou seja o habitat das espécies, ou mais amplamente o hipervolume (conceito de nicho ecológico). Quando o ambiente natural é alterado, como por exemplo com a entrada de um poluente, ou pelo desmatamento, o equilíbrio ecológico se altera, fazendo com que haja um novo panorama biológico, vinculado à nova realidade. A presença de uma substância química tóxica pode fazer com que algumas espécies sensíveis a ela desapareçam, ou se tornem raras. Com a redução na densidade de indivíduos e a redução de espécies do ambiente, algumas populações resistentes ao estresse, antes com abundâncias controladas pela competição, encontram espaço e recursos disponíveis para crescer e dominar o ambiente.
Por exemplo, algumas espécies de vermes poliquetas (como Capitella capitatta) e moluscos com conchas, ocorrem naturalmente nos fundos marinhos lodosos. No entanto, quando estes fundos são submetidos à poluição orgânica (esgotos), estas espécies crescem e reproduzem em grande escala, gerando uma explosão populacional. Tornam-se portanto, indicadores biológicos da poluição orgânica. Sabendo deste fenômeno, quando vão diagnosticar ou monitorar uma região qualquer, os biólogos consideram de grande importância a presença de espécies indicadoras.
Com o crescimento descontrolado de algumas espécies resistentes e o desaparecimento de várias espécies sensíveis, o ecossistema reduz sua diversidade, bem como sua equitabilidade, ou seja, a distribuição de indivíduos para cada espécie torna-se menos homogênea. Quando um ecossistema é dominado quantitativamente por poucas espécies, ele normalmente encontra-se sob estresse (ambiental, biológico ou antrópico).
Espécies indicadoras são na verdade aquelas que tem exigências