biografia petro
Georg Rusche e Otto Kirchheimer
III. Mercantilismo e surgimento da prisão
1. O mercado de trabalho e o Estado
O texto inicia-se com a consideração de que em fins do século XVI, a adoção da escravidão nas galés, a deportação e a servidão penal através de trabalhos compulsórios, fizeram com que os métodos de punição ganhassem mais atenção e, também, sofressem mudanças graduais. Ao contrário do que se pensa, tais mudanças não foram resultado de uma política social humanitária, mas sim de um desenvolvimento econômico que revelava a disposição desse contingente às autoridades.
Nesse contexto de desenvolvimento econômico e crescimento do sistema financeiro houve, por conseguinte, a extensão dos mercados. No entanto, simultaneamente, tem-se a descoberta de novos tesouros em metais preciosos, o que resultou que alguns mercadores ficassem em grande desvantagem. A implantação do sistema colonial resultou na grande importação de metais preciosos e no consumo em massa de mercadorias.
Em meados do século XVI, analisava-se, portanto, o crescimento das possibilidades de emprego, mas o contexto de guerras religiosas na Inglaterra e na França fez com que o crescimento demográfico permanecesse muito pequeno. Na Alemanha, por exemplo, a Guerra dos Trinta Anos resultou na queda brusca de seu contingente populacional. Em muitos casos, a recuperação desses países dura um século ou mais.
O cenário, nesse momento, na Europa, era de tamanha falta de mão de obra que alguns empresários eram forçados a pagar salários tão altos que o nível de vida dos empregados acabava por ser mais altos que os seus. Além da grande falta de especialização, que obrigou muitas empresas a fechar as portas.
A baixa quantidade de mão de obra representou um grande golpe para os proprietários dos meios de produção, já que, dessa forma, os trabalhadores tinham o poder de exigir grandes melhorias em suas condições de trabalho. Essas exigências aos empresários,