Biografia de Lampião
Freqüentava as feiras das cidades próximas às terras da família, onde ouvia os violeiros e os poetas de cordel narrarem as aventuras dos cangaceiros, que povoavam o imaginário popular nordestino, sendo simultaneamente heróis e bandidos. Aliás, para as crianças da região brincar de cangaceiro e polícia era uma variante local do atual "mocinho e bandido".
As rixas entre famílias eram freqüentes no sertão, em especial quando envolviam questões acerca dos limites das propriedades e uma dessas rixas envolveu a família de José Ferreira da Silva com seu vizinho José Saturnino. Além de alguns tiroteios, o conflito terminou com a decisão de um coronel local em favor de Saturnino.
Revoltado, Virgulino e dois irmãos teriam se juntado ao bando do cangaceiro Sinhô Pereira, em busca de vingança. Corria o ano de 1920 e - devido a sua capacidade de disparar consecutivamente, iluminando a noite - Virgulino ganhou o apelido de Lampião. Possivelmente em função disso, a polícia cercou o sítio da família e matou seu pai a tiros. Resultado: Lampião e os dois irmãos entraram definitivamente para o cangaço.
Em 1922, Sinhô Pereira deixou o cangaço. Lampião assumiu a liderança do bando que praticou ações de banditismo nos quatro anos seguintes, atuando nos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Em 1926, refugiou-se no Ceará e recebeu uma intimação do padre Cícero. Compareceu a sua presença, recebeu um sermão por seus crimes e ainda a proposta de combater a Coluna Prestes que, naquela época, se encontrava pelo Nordeste.
Em troca, Lampião receberia anistia e a patente de capitão