Biografia de Dyonélio Tubino Machado
Nascido em 21 de agosto de 1895, em Quaraí, cidade do Rio Grande do Sul situada na fronteira com o Uruguai, Dyonélio Tubino Machado era filho de Sylvio Rodrigues Machado e de Elvira Tubino Machado. Ainda criança, seu pai foi assassinado, acontecimento que lhe marcaria para sempre a existência. Com apenas oito anos, vendia bilhetes de loteria para ajudar no sustento da família pobre – a mãe e seu irmão Severino.
A pobreza familiar não o impediu, contudo, de continuar estudando. Dyonélio dava aulas para os meninos das classes mais atrasadas e, em troca, ele e seu irmão podiam estudar sem pagar a matrícula da escola. Aos doze anos, trabalhava como servente no semanário O Quaraí, onde começou a se entrosar com a intelectualidade local. Veio daí, provavelmente, o gosto pelo jornalismo, que o acompanharia pelo resto da vida. Lá mesmo, em Quaraí, fundou, por volta de 1911, o jornal O Martelo, nome sugestivo e que já demonstrava o seu interesse pelo comunismo. Transferiu-se ainda jovem para Porto Alegre, onde, além do jornalismo, praticou a Medicina Psiquiátrica, trabalhando no Hospital São Pedro. De seus estudos para o exercício profissional resultou a tese de Doutorado uma definição biológica do crime, defendida em 1933. O tema conjugava dois pólos de interesse do autor, quais sejam a questão médica e a social. Não por acaso, sua primeira publicação, em 1923, intitulava-se Política Contemporânea – Três aspectos. Seu comprometimento era tanto que o levou a participar da fundação da Aliança Nacional Libertadora, que fazia frente à ditadura imposta ao país por Getúlio Vargas. O fato custou-lhe a prisão, em 1935, quando foi transferido de Porto Alegre para o Rio de Janeiro. Lá, além de ficar detido por dois anos, estabeleceu contato com o Partido Comunista Brasileiro.
Sua estreia literária ocorreu em 1927, com os contos de Um pobre homem. Oito anos depois, a publicação da novela Os ratos granjearam-lhe, juntamente com Marques