Biogeografia de vicariância
Biogeografia de vicariância: histórico e perspectivas da disciplina que lançou um novo olhar sobre a diversidade na Terra
Qual é a “lei de Buffon”?
Georges-Louis Leclerc – Conde de Buffon (1707-1788) notou que as espécies, assim como o clima, são mutáveis, e que diferentes porções do globo apresentam fauna e flora características do local, ou seja, áreas distin-tas possuem espécies distintas (Brown & Lomolino, 2006). Por volta de 1816 a “lei de Buffon” – como ficou conhecida – foi aplicada a aves, insetos, répteis e plantas, explicando grande parte das distribui-ções dos organismos (Nelson, 1978).
Defina Biogeografia Ecológica e Biogeografia Histórica?
De maneira geral, atualmente, duas escolas da biogeografia podem ser assim compreendidas: a biogeografia ecológica, que depende de agentes físicos atuantes no presente e se preocupa com processos que ocorrem em pequena escala e curto espaço de tempo, geralmente ocupando-se com padrões de distribuição individual ou populacional (Crisci, 2001); e a biogeografia histórica que depende de agentes que já não existem, e analisa padrões de distribuição de espécies e táxons supra-específicos gerados por processos que atuam em larga escala e dizem respeito a milhares de anos (Nelson, 1974; Morrone, 2004; Almeida & Santos, 2011).
Polemizem:
Alguns autores, contudo, consideram essa distinção como uma bi-furcação artificial, pois implica em dividir um contínuo em duas regi-ões, onde os extremos são facilmente identificáveis, mas a região intermediária é de difícil detecção (Morrone & Crisci, 1995; Morrone, 1993, 2004). Dessa forma, fica claro entender que os padrões obser-váveis na natureza não são nem totalmente históricos nem totalmente ecológicos, uma vez que em um tempo longo, processos ecológicos 224 desempenham um importante papel em moldar efeitos em processos históricos em curso. Já em um tempo mais curto, biogeografia ecoló-gica é também histórica e vice-versa