biofisica
Como diz RODRIGUES (1993, 1996, a, b), toda interação terapêutica tem inicio, desenvolvimento e encerramento com a pessoa que precisa de ajuda têm características especiais que o diferencia dos demais encontros do terapeuta com paciente. Este primeiro contato comporta três finalidades distintas porem concomitantes: diagnóstica, fixação de um contrato(proposta terapêutica).
A interação da enfermeira com a tia da paciente foi diagnóstica pois ofereceu oportunidades de reconhecimento e observação mútuas. Os dados primários puderam ser captados através dos sentidos e reações instintivas da enfermeira frente às situações relatadas de tal forma que houve até um momento da relação em que esta exclamou “Meu Deus!”, com toda a naturalidade.
Tia- E nem eu tenho dinheiro prá ficar gastando na passagem, que sempre fica R$ 125cada.
Enfermeira - É bem caro, não dá pra ficár indo e vindo... Como é que está a família da Sra. lá?
Tia- A minha filha, a minha... O meu... Tenho um menino com 15 anos, que toma remédio controlado; tenho a menina com 9 anos estudando; tem outra com 11. Tem meu marido que toma comprimido prá pressão, um pela manhã, um pela noite... desempregado.
Enfermeira - Meu Deus!
Tia- Pois é...
Esta interação foi diagnóstica também porque a pessoa que precisava de ajuda pôde seguir o curso natural de sua comunicação e, com raros momentos de corte, a enfermeira esteve concentrada na queixa expressa e pôde formar uma idéia bastante próxima da realidade dos fatos que estavam acontecendo.
Através das pistas oferecidas pela tia, na comunicação, foi possível conhecer a situação da paciente, contextualizada e com detalhes, de forma a ajudar a equipe de enfermagem a compreendê-la melhor, visto que ela própria não tinha condições de expressar-se verbalmente.
Por ter tido a sensibilidade necessária para deixar fluir a comunicação naturalmente (sem a preocupação comumente usada em se fazer um inquérito da vida da paciente), a senhora entrevistada relatou