Biodiversidade

Os Saberes Decorrentes da Experiência

Contrariamente aos animais que possuem um “saber agir” comum a todos os elementos da sua espécie, o homem à nascença não é mais do que um feixe de potencialidades que se vão concretizando ao longo da vida nas relações que mantém com o meio e com aqueles que o rodeiam. O homem não é um dado, ele encontra em si próprio uma tarefa. É um ente inacabado, um ente que tem que se fazer a si mesmo. A vida do homem, o viver, é o movimento do tornar-se, do fazer-se. Enquanto que no animal existe uma natureza dada, no homem essa natureza é substituída por uma natureza adquirida. Passa-se, assim, da simples natureza à cultura, marca distintiva da humanidade. “ O homem é um ser aberto à experiência e necessita dela. Basta recordar o equipamento de «faculdades» do homem para se nos revelar a sua abertura à experiência: sentidos, imaginação, memória, inteligência generalizante, razão pensante, (...) só podem cumprir as suas funções alimentando-se da experiência e retrocedendo constantemente à experiência (...). Mas o homem não só possui estas «faculdades» como também as possui em estado de incompletude. Quer dizer, o homem é um ser inacabado e aberto.”
( Sergio Rabade Romeo) O homem é um ser aberto à experiência e necessita dela para viver e se construir. Toda a mudança e transformação no ser humano são, em grande medida, determinadas pelo que se experiencia. Toda a experiência, sendo a experiência de um eu concreto, é sempre experiência de um sujeito circunstancial, situado. A experiência constitutiva do modo de ser de cada um de nós, sendo sempre pessoal, inovadora e original, supõe sempre uma herança histórica e cultural que nos condiciona. “ A minha experiência como homem, sendo sempre minha, só é possível a partir da herança constantemente enriquecida e transformada daqueles que me antecederam e em conexão com a cultura da