Bio Indicadores e Bio Marcadores
A saúde ambiental tem como um de seus objetivos a prevenção dos danos à saúde causados por contaminantes presentes no meio ambiente, fazendo com que os níveis dessas exposições sejam mantidos em valores que não constituam risco inaceitável à saúde dos seres vivos. Para isso tornam-se necessárias a identificação e a quantificação desses riscos através da avaliação da exposição, que pode ser determinada através da medida de parâmetros biológicos denominados indicadores biológicos ou biomarcadores (AMORIM, 2003).
Um bioindicador ou indicador biológico é uma espécie ou grupo de espécies que reflete o estado biótico ou abiótico de um meio ambiente, o impacto produzido sobre um habitat, comunidade ou ecossistema, ou também indicar a diversidade de um conjunto de táxons ou biodiversidade de determinada região. As alterações observadas nestes organismos podem ser genéticas, bioquímicas, fisiológicas, morfológicas, ecológicas ou comportamentais. A bioacumulação e bioconcentração são efeitos ecológicos da bioindicação. Estas traduzem o acúmulo de poluentes nos organismos em relação à quantidade destes presentes no solo e na água, respectivamente. Assim, os bioindicadores tem uma relevância biológica para informar sobre um possível problema de contaminação do ecossistema.
Organismos aquáticos vêm sendo utilizados no monitoramento ambiental há aproximadamente um século e têm como base o conceito de indicadores biológicos. A premissa básica do uso de indicadores biológicos para avaliar a qualidade da água é que a presença de uma espécie em números elevados significa que suas necessidades físicas, químicas e nutricionais estão sendo supridas. Assim, os organismos refletem a qualidade do ambiente e podem ser utilizados para indicar efeitos específicos ou complexos, sendo particularmente vantajosos por registrarem continuamente as condições ambientais (Johnson, Wiederholm & Rosenberg, 1993).
A posição trófica do organismo bioindicador é uma das características mais