BICHO DE SETE CABEÇAS e A CASA DOS MORTOS Uma Critica A Reforma Psiquiátrica
Narra a história de Neto, interpretado pelo ator Rodrigo Santoro, que após seu pai encontrar um cigarro de maconha o interna em um hospital psiquiátrico com objetivo de “curar o vício em drogas”
A internação foi feita de maneira involuntária, ou seja, ele foi encaminhado ao manicômio, sem nenhuma explicação. Embora esse tipo de internação possa ser solicitado, segundo a lei, existem critérios para se conseguir a internação de uma pessoa num manicômio, entre eles está à inclusão de um laudo médico, critério esse que não foi observado no caso do personagem, que não teve nenhuma avaliação médica, justificando a sua estada na instituição.
Nesse primeiro momento pode-se analisar como o sistema brasileiro de saúde é baseado no modelo da medicina contemporânea, o qual prioriza a doença em detrimento o do individuo, isto é, isolar o doente no hospital para poder conhecer as doenças. Em psiquiatria, quando falamos de isolamento, associamos à idéia de punição, de castigo, de exclusão social. Clinicamente isolamento consiste numa medida cientifica de observar, descrever, comparar e classificar o objeto de estudo. O isolamento foi um principio muito importante na constituição do paradigma psiquiátrico. Isolar para tratar.
O documentário "A casa dos mortos" relata o Manicômio Judiciário de Salvador. A antropóloga e diretora do filme, Débora Diniz, ressalta o polêmico tema dos manicômios judiciários como o grande desafio da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Através do olhar do paciente Bubu, que relata a historia de três detentos: o suicídio, o ciclo interminável das internações e o sobrevivente da prisão perpetua. Mortos fisicamente pelas condições desumanas a que são submetidos, ou defuntos sociais, quando conseguem sobreviver lá dentro,