Bibliotecas Públicas
Para quem?
A comunidade. Mas quem é essa comunidade, seu usuário? Há bibliotecas que não recebem um usuário por dia e ainda assim não existe um planejamento estratégico no sentido de mudar essa realidade. Se o público-alvo é o brasileiro comum, não vai dar certo, porque a biblioteca funciona nos mesmos dias e horários que o nosso usuário escolhido está trabalhando. É mais provável que o bibliotecário encontre o usuário fora da biblioteca.
Fora isso, há muito se fala que o bibliotecário deve estar atento e antecipar as necessidades dos usuários. Só que ele não pode criar essa necessidade. Deve, sim, estimular o hábito, mas, a priori, não é papel da biblioteca pública criar o gosto pela leitura.
Por quem?
Bom, sobre a formação do bibliotecário... em algum momento o curso de biblioteconomia caiu de amores pelo modelo americano tecnicista e tarefeiro, deixando de lado a construção de um perfil com habilidades sociais e de relacionamentos. Por conta disso, naturalmente, o bibliotecário acabou se distanciando do contato direto com a comunidade Nas pequenas bibliotecas, o bibliotecário é um faz-tudo, mas se há mais de uma pessoa trabalhando, um auxiliar acaba fazendo o “serviço de referência”, ou o primeiro, e talvez único, contato direto com o público. Graças a esse modelo, o bibliotecário naturalmente se instalou no processamento técnico e esse acaba sendo considerado pelo profissional o setor principal de uma biblioteca, quando na verdade os processos técnicos são apenas prestadores de serviços para a referência.
Com o quê?
Em um país que não consegue resolver minimamente as questões de segurança, de saúde e, especialmente no caso das bibliotecas públicas, de educação, é injusto esperar que estas possam apresentar resultados melhores. Sem investimento para aquisição de obras, ela sobreviveu