Bibliografia De Lacan
Alfred (pai de Lacan), casa-se em 23 de junho de 1900 com Émilie Philippine Marie Baudry, cujo pai foi funileiro e viveu de rendas. Tiveram quatro filhos. O primeiro foi Jacques Marie Émile Lacan (1901), depois Raymond, que morre aos dois anos de hepatite, após Madeleine Marie Emannuelle (casou-se com Jacques Halan) e Marc-Marie (Marc-Francóis). Em 1926, Marc-Françóis tornou-se monge, quando Jacques escandalizava a família com libertinagem e movimentos anticristo.
Negociantes de vinagre, no coração de Orleans, de pai para filho, a família da avó de Jacques Lacan tinha um modelo de organização fundado no paternalismo, no culto da ordem moral e na obediência à religião. Em 1880 a família de Loudovic promulgou um regulamento interno com 13 pontos indispensáveis ao funcionamento da firma, baseado na devoção, limpeza, pontualidade, com trabalho de 11 horas ao dia e 6 dias por semana.
O avô Émile era trabalhador, econômico, temperamental e autoritário, que trabalhava na firma de vinagre de Loudovic, e que desposou a filha do patrão. Para um filho de dono de mercearia, uma promoção como essa não era negligenciável. Émile era submisso à esposa e esta obedecia, de maneira rígida, a todos os dogmas da igreja católica.
Alfred, pai de Lacan, foi enviado, na juventude, como interno ao pequeno seminário de Notre-Dame dés Champs. Saiu de lá com rancor em relação aos pais, culpando-os por tê-lo privado do calor de um lar. Na idade de trabalhar foi integrado a atividade florescente da casa Dessaux (Firma de vinagre). Manifestou-se um perfeito representante dos ideais da firma, mas manifestava pouco gosto pela cultura. Era gorducho e bigodudo e tinha traços banais de um pequeno comerciante da Bélle-Époque, esmagado pela