Bento Manoel
Prestou relevantes serviços militares, de soldado a marechal do Exército Imperial, à Integridade e Soberania do Brasil, colônia e independente, nas guerras do Sul de 1801, 1811-12, 1816 e 1821, 1825-28 e 1851-52, onde se firmou entre as maiores espadas de seu tempo. Foi militar de raros méritos como estrategista, tático, profundo conhecedor do terreno e grande capacidade de nele orientar-se. Possuiu grande capacidade de liderança em combate e de bem combinar Infantaria e Cavalaria, além de conhecimento apreciável da psicologia de seus homens e dos adversários. Durante a Revolução Farroupilha, em função de seu temperamento singular, interesses e segundo Sanmartim, mentalidade "mais caudilhesca do que militar", por seguir as suas próprias regras, ao invés das dos governos que serviu, adotou posições até hoje controvertidas e a aparentemente inexplicáveis. Isto, ao combater, ora ao lado dos farrapos, ora ao lado dos imperiais, mas sempre desequilibrando, acentuadamente, o prato da balança, em favor da causa que defendia. Inicialmente como farrapo, depois como imperial, novamente como farrapo e, finalmente, depois de mais de dois anos de neutralidade, lutou pelo Império até o final da Revolução, "como vaqueano-mor de Caixas". Por esta razão, entrou para a História do Rio Grande do Sul como a mais controvertida personalidade do ponto de vista político e psicológico, com defensores a explicar seus gestos e acusadores impiedosos, até na poesia popular da época. Mas é Bento Manuel um raro caso histórico de alguém que iniciando a vida como pião de estância e soldado miliciano por excepcionais méritos militares e pendores comerciais, tenha atingido o posto de marechal do Exército Imperial e general da República e acumulado enorme fortuna, cercada, inclusive, pela lenda gaúcha da Salamandra do Jarau, local da estância do bem-sucedido paulista de Sorocaba. Seu biógrafo Olhynto Sanmartim e o general Souza Docca o ensaiaram do ponto de vista psicológico. Fornecem