Bentham e a Paz Perpétua
Ensaio IV: Um plano para uma Paz Universal e Perpétua
Jeremy Bentham1
Resumo: O artigo “Ensaio IV: Um plano para uma Paz Universal e Perpétua”, de
Jeremy Bentham, é uma contribuição da BJIR aos leitores brasileiros. Ele é um texto clássico, pouco explorado na disciplina de Relações Internacionais no país e que, até então, não possuía tradução na língua portuguesa. No geral, o autor traça um plano para uma paz universal e perpétua e busca convencer a opinião pública global por meio da imprensa de que ele atenderá ao bem comum de todas as nações civilizadas. Para tanto, segundo Bentham, faz-se necessário que todas as nações assumam como seus três grandes objetivos: simplicidade de governo, parcimônia nacional e paz
Palavras-Chave: Paz universal, paz perpétua, Jeremy Bentham, ensaio IV.
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Jeremy Bentham (15 de fevereiro de 1748 – 6 de junho de 1832) foi um filósofo e jurista inglês.
Juntamente com John Stuart Mill e James Mill, difundiu o utilitarismo, teoria ética que responde todas as questões acerca do que fazer, do que admirar e de como viver, em termos da maximização da utilidade e da felicidade. A tradução desse presente trabalho é de autoria da tradutora Maria Cristina Longo Cardoso
Dias e do co-tradutor José Ignácio Coelho Mendes Neto.
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Jeremy Bentham
ENSAIO IV – UM PLANO PARA UMA PAZ UNIVERSAL E PERPÉTUA*
Jeremy Bentham
1) O objeto do presente ensaio é oferecer ao mundo um plano para uma paz universal e perpétua. O globo é a área de abrangência à qual o autor aspira como local de análise – a imprensa é a ferramenta, e a única que ele emprega – e a morada da humanidade é o teatro de suas intrigas.
2) Os mais felizes da humanidade são sofredores na guerra; e os mais sábios, o que digo, até os menos sábios são sábios o suficiente para atribuir o cerne de seus sofrimentos a essa causa.
3) O seguinte plano tem por sua base duas proposições fundamentais: 1) a