Bens e deveres
A primeira é a que lhe faz o próprio ser [...] Não pode deixar de ter fome e sede; por isso, não pode deixar de desejar a comida e a bebida, de buscá-Ias ao seu redor.
A segunda é a que lhe dirigem os seres que o rodeiam. Logo que chega a conhecê-los, coloca-se no lugar deles e percebe que também têm necessidades e, nessa mesma medida, direitos. Percebe que é mais um ser entre outros; que não pode guiar-se só por aquilo que deseja ou lhe convém; que outros seres lhe impõem obrigações.
a. A chamada dos bens. Há muitos séculos, Aristóteles definiu como bem aquilo que todos apetecem ou desejam [...] Esses impulsos são reforçados pela satisfação que causa alcançar os bens (prazer) ou pelo mal que causa ser privado deles (dor). As sucessivas experiências de prazer e de dor dão forma e educam o comportamento. É por aí que se podem amestrar os animais.
O desenvolvimento da inteligência amplia enormemente a possibilidade de descobrir bens... Por exemplo, o dinheiro não é comestível, mas pode proporcionar comestíveis; nessa medida é um bem. [...] Outras coisas são úteis para conseguir ou preservar a comodidade, a segurança ou a saúde [...]
Conforme a educação que receba, a pessoa aprende a apreciar os bens que têm a ver com a realização individual: as habilidades e os conhecimentos; as relações de amizade e amor; os bens estéticos; as virtudes morais, que tomam um homem honrado e honesto.
[...] Quanto aos bens estéticos, religiosos e morais, porém, é necessária uma educação muito cuidadosa, que ensine a sua beleza. Chegar a apreciar como bens os verdadeiros bens, os que realmente nos convêm, é a parte mais importante da educação. E