Bens de família voluntários e legais (diferenças)
Kant pretende mostrar que o fundamento da moral pode efetivamente ser encontrado fora da religião, mas que a religião não é inútil ou desprovida de sentido. Pelo contrário, existe toda uma esfera que escapa às capacidades da razão. Como tal, Kant quis preservar a fé, mas sem negar o exercício da razão.
Kant não se preocupa em inventariar um conjunto de regras concretas. Pelo contrário, procura o fundamento de todas as regras, ou seja, usando um exemplo, não se trata de saber se devo mentir ou não devo; trata-se de encontrar o que está na base da minha opção pela mentira ou pela honestidade. É por isso que Kant distingue máximas de leis morais. As máximas são os princípios subjetivos da ação, os princípios concretos segundo os quais agimos. São consideradas pelo sujeito como válidas apenas para a sua vontade. As leis morais, por sua vez, são objetivas, isto é, são consideradas como válidas para a vontade de todo o ser racional, enunciando a forma como se deve agir.
Neste sentido, podemos afirmar que só a máxima que se possa tornar uma lei universal é que possui valor moral, isto é, se a máxima se puder universalizar, se puder ser válida para todos, ela converte-se em lei moral. Escreve Kant: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal."
Assim, a fórmula kantiana não nos diz para agirmos desta ou daquela maneira, não nos dá o conteúdo da lei, apenas nos indica a forma como devemos agir. Este é o princípio moral fundamental, um mandamento incondicional, assumindo a forma de um imperativo categórico.