Benefícios sociais e econômicos da energia do lixo
Usar o lixo para gerar energia é uma solução não apenas econômica, mas também social e ambiental. Basta pensar que o destino mais comum do lixo brasileiro, os lixões e aterros, também são um problema para a saúde e para o meio ambiente, pois contaminam o solo com um líquido altamente tóxico, chamado chorume, que polui também as águas de lençóis freáticos, e produzem metano (CH4), um gás ainda mais prejudicial à atmosfera que o próprio dióxido de carbono (CO2).
Os benefícios são vistos de várias formas. Para as indústrias o ganho é enorme, pois além de contar com uma fonte adicional e permanente de suprimento de energia, adquirem ganhos econômicos decorrentes do aproveitamento.
Para os municípios, a economia dispara, pois seus gastos com a implantação e a operação de aterros sanitários seriam quase inteiramente evitados. Além disso, seriam reduzidas as distâncias percorridas pelos caminhões de coleta e, ao mesmo tempo, melhorar o tráfego urbano.
“A cada 200 toneladas por dia da fração orgânica dos resíduos sólidos domiciliares, permitem a implantação de uma usina termelétrica com a potência de 3 megawatts, capaz de atender uma população de 30 mil habitantes. Isso quer dizer que, se a fração orgânica (60%) de todo o lixo domiciliar brasileiro fosse utilizada para produzir energia elétrica, poderíamos implantar usinas termelétricas com potência significativa, cujo valor seria apreciável”, escreve o economista Sabetai Calderoni, doutor em ciências pela USP, em seu livro Os bilhões perdidos no lixo.
O Brasil conta com cerca de um milhão de catadores autônomos e ligados a cooperativas, segundo o Cempre – Compromisso Empresarial para a Reciclagem. “A coleta seletiva garante para os catadores uma renda significativa muita rápida, que talvez ele não conseguisse em outro segmento porque não tem a capacitação que ele demandaria. Para se ter uma ideia, em São Paulo a renda de um catador pode chegar a R$ 2.000,00.
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