Beneficios da Internet
No texto publicado pela revista The Atlantic em 2008, Carr dizia que as longas horas que ele tinha passado na internet estavam modificando sua forma de pensar (e seu cérebro), de modo que ele já não conseguia mais manter a atenção a leituras longas e aprofundadas. Ao começar a ler um texto, Carr relatava que logo se distraía e sua mente era levada a outros temas. Segundo ele, essa distração incontrolável era consequência da internet e do hábito multitarefa que a tecnologia nos impõe. Consequentemente, as longas horas conectado estavam o acostumando a esta forma de pensamento em hipertexto, em que vamos de uma indagação a outra.
“Mesmo quando não estou trabalhando, também sinto a necessidade de ler e escrever e-mails, olhar as manchetes e posts de blogs, ver vídeos e ouvir podcasts, ou apenas de passear de link em link”, escreveu Carr em 2008.
Muitos leitores se identificaram com os relatos, sentindo que a tecnologia também os estava deixando mais distraídos e menos habituados ao pensamento linear, profundo e crítico.
Na época, alguns neurocientistas já haviam identificado pequenas modificações no funcionamento do cérebro de pacientes diagnosticados com “vício em internet”. Outros estudos publicados desde então chegaram a conclusões parecidas. Mas as pesquisas se baseiam em casos extremos, de pessoas que sentem uma ansiedade incontrolável quando não estão conectadas.
Não há comprovação científica de que a mudança provocada pela rede esteja deixando toda a sociedade mais superficial, distraída ou burra. Ninguém deixa de ser inteligente por passar muito tempo online. Talvez aquilo que nos define seja mais o que fazemos com o tempo que passamos online.
Não há dúvidas de que um longo trabalho de pesquisa traga um ganho intelectual. Se