Belo Monte: Um projeto que não interessa ao Brasil A construção da usina de Belo Monte tem levantado discussões há vários anos. Nunca os opositores chegaram a um acordo, a um consenso. De um lado, os políticos brasileiros junto com grandes empresários e multinacionais, sequiosos pelas licitações recheadas, dando pretexto de ser um suposto desenvolvimento da região aliado à urgente necessidade nacional por energia o seu principal objetivo; se outro, ambientalistas e técnicos demonstrando faticamente a desnecessidade da obra e suas nefastas consequências. O primeiro fato a ser discutido é o alegado desenvolvimento da região albergada pelo projeto Belo Monte. A cidade de Altamira-PA, às margens do rio Xingú vive dramas semelhantes a inúmeros municípios do interior do país. Desemprego, saúde pública, segurança, educação caóticas; enfim, a sempre presente falta de perspectivas do cotidiano de grande parte da população brasileira. A obra da hidroelétrica vai sim gerar centenas de empregos, mas essas vagas são sazonais. Não vão abrigar todos os que as procurarão. Vão durar alguns poucos anos e depois... A população do município vai aumentar significativamente, trazendo um caos ainda maior em todos os setores da sociedade local. O efetivo policial, de vagas em colégios e creches, além de leitos nos hospitais da região certamente não acompanharão a progressão geométrica populacional. Ou seja, a cidade que já possui uma intensa atividade criminosa, onde as instituições de ensino padecem por falta de estrutura e o hospital, nas palavras de um cidadão entrevistado no filme utilizado como base para esse texto, não consegue tratar nem os casos de dengue, provavelmente entrará em colapso. Outra alegação da facção criminosa que é favorável ao desastre que será Belo Monte, se construída, é a de que a produção de energia da futura usina é indispensável no quesito energético brasileiro. Porém, estudiosos da questão são categóricos ao afirmar que a usina só produzirá energia