O ser humano vive em constante busca da imagem perfeita, uma consequência das nossas vontades atuais. Não há como estabelecer até que ponto é permitida essa insatisfação física e os meios de alcança-la. Ao longo dos anos, a sociedade idealizou um padrão de beleza, e essa idealização provoca não só uma incessante insatisfação e negação da beleza pessoal, como também sequelas psicológicas no individuo. A mídia ratifica o que a sociedade estabelece, e desse modo, somos constantemente bombardeados com informações e fotos de homens e mulheres considerados “perfeitos”. As redes sociais também têm forte influencia na nossa autoestima. Passar uma hora no facebook simplesmente analisando fotos, algumas com cerca de 400 curtidas, faz com que surja um sentimento de inferioridade e insegurança no psicológico. Passa-se a imagem de que tudo é perfeito e em total sincronia, e que só nos sentiremos completos se possuirmos o cabelo de um ou a cor dos olhos de outro. O homem ao buscar a imagem perfeita, passa a desafiar também barreiras biológicas. Em um contexto onde possuir um corpo robusto era sinônimo de beleza, hoje é comum a pratica da bulimia e a disfunção da anorexia. Junto a isto se inserem as pesquisas contrárias à obesidade, cultuando assim a pessoa magra. Toda essa busca pela aparência perfeita está inserida no contexto da “era do consumo”. Somos induzidos a consumir por quantidade e não por necessidade, onde os sentimentos de prazer, alegria e satisfação pessoal foram materializados, gerando assim um consumo desenfreado e inútil, já que nunca estaremos satisfeitos com o que temos. Somos o que consumimos, desse modo buscamos sermos os melhores. Entretanto, prevalece a importância não a nossa identidade, mas sim o modo o qual a sociedade nos vê. Deveríamos aceitar a nós mesmos, sem medo de que nos sentiremos confrontados ao nos compararmos com pessoas aparentemente perfeitas, pois sempre alguém nos aceitará da nossa própria maneira de ser.