Beijo de Judas

516 palavras 3 páginas
O Beijo de Judas foi, de acordo como os evangelhos sinóticos, a forma que Judas Iscariotes identificou Jesus aos soldados que vieram prendê-lo. O evento, principalmente na arte cristã, passou a significar a traição de Jesus, que ocorreu no Getsêmani após a Última Ceia e que levará diretamente à prisão de Jesus pela força policial do Sinédrio1 . Na teologia cristã, os eventos iniciados na Última Ceia até a ressurreição de Jesus são conhecidos como Paixão.
De forma mais ampla, um "beijo de Judas" pode se referir a "um ato que aparentemente é de amizade, mas que na realidade é prejudicial a que o recebe"2 .
O beijo está relatado em Mateus 26:47-50, Marcos 14:43-45 e Lucas 22:47-48. Em João 18:2-9 aparece o evento da traição, mas sem menção a um beijo de Judas.

Narrativa bíblica

Tanto o Evangelho de Mateus quanto o de Marcos se utilizam do verbo grego kataphilein, que significa "beijar firmemente, intensamente, com paixão, ternamente ou calorosamente". É o mesmo verbo que Plutarco usa para descrever um beijo famoso que Alexandre, o Grande, deu em Bagoas3 . De acordo com o Evangelho de Mateus, Jesus respondeu dizendo "Amigo, a que vieste?". Esta frase provocou muita especulação sobre se Jesus e Judas estariam em acordo entre si e que não houve de fato uma traição, pois Judas estaria fazendo algo que lhe fora pedido4 . O Evangelho de Lucas apresenta uma história bem diferente: Jesus vê Judas vindo e o interpela perguntando: "Judas, com um beijo entregas o Filho do homem?" E, aparentemente, nenhum beijo foi dado. Geza Vermes, porém, em seu livro Jesus the Jew ("Jesus, o judeu"), apresenta outra hipótese: a palavra aramaica barnasha - literalmente "filho do homem", mas que significa "esta pessoa" - é utilizada na literatura rabínica como uma forma humilde de alguém se referir a si mesmo para um interlocutor. Ela corresponde exatamente, em português, ao tratamento "este que vos fala". Segundo Geza, Jesus estaria dizendo "Judas, com um beijo me trais?".
No

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