Behaviorismo, psicogenese, sociointeracionismo
PROBLEMA DA CAUSALIDADE por June Müller
Originalmente apresentado para a cadeira de Tópicos Especiais em Teoria do Conhecimento na Universidade de Brasília
Introdução
Piaget inicia o capítulo Réalité et causalité 1 com a observação de que o pensamento matemático consiste, em essência, em coordenar as ações ou operações entre elas. Há uma preocupação menor com o Real, no que se dá atenção às operações que o sujeito exerce sobre as ações. Isso não o faz menos adaptado à realidade, pois suas ações correspondem exatamente às transformações do Real. Já no pensamento físico, conquista-se a realidade em si, por oposição às coordenações operatórias que simplesmente assimilam a atividade do sujeito. (255) Este Real só é, entretanto, conhecido através das ações exercidas sobre ele. Só depois, então, é possível matematizar o objeto, que constituiria uma segunda forma ou fase do conhecimento. (256) Portanto, a preocupação do pensamento físico é compreender o ponto de contato entre o espírito e seu intermediário: a ação e a experiência da realidade exterior. O problema é compreender como o conhecimento físico dissocia os elementos objetivos dos subjetivos para construir, na medida do possível, uma realidade independente de mim. A primeira faceta dele é a própria evolução da explicação ou da causalidade. (257)
A gênese e a evolução da causalidade dentro do desenvolvimento individual
Nas relações causais mais primitivas de uma criança, certos aspectos parecem favorecer uma experiência externa, enquanto outros admitem a causalidade ser conseqüente de uma ação interna. (258) Posteriormente no desenvolvimento da criança, apenas, se percebe que a causalidade é essencialmente a assimilação de seqüências às ações do sujeito, quando, então, ela se desenvolve em função de sua própria composição, aquela das operações lógico-matemáticas, a que se fez referência na introdução. (258-9) [Ex. do berço e cordões e