Bebida e direção- uma mistura estupidamente mortal
O trânsito mata 40 mil pessoas por ano no Brasil. Os Estados Unidos têm três vezes mais carros e 3 mil mortes a menos. A diferença está na frouxidão das leis brasileiras, que praticamente pedem desculpa para os infratores. O ex-jogador Edmundo, por exemplo, saiu bêbado de uma boate dirigindo a 120 por hora e provocou desastre com três mortes. Foram usadas tantas brechas que prescreveu, ou seja, não tem mais como ser preso pela tragédia. Há centenas de casos semelhantes e milhares de vítimas sofrendo. A mistura de álcool e velocidade é fatal e outro ingrediente perigoso é a falta de punição. Na Alemanha, bebe-se muito, corre-se demais e o número de acidentes e mortes é menor. Mas se um alemão matar com o carro vai mofar na cadeia durante dez anos. Edmundo ficou seis horas na delegacia, 120 minutos para cada morto. Se beber, a solução é não dirigir. Se beber, dirigir e vitimar alguém, deveria ficar na penitenciária. E a irresponsabilidade de conduzir veículo sob efeito de alcóol é bem recorrente. No último final de semana a Polícia Rodoviária Federal apreendeu a CNH ( Carteira Nacional de Habilitação) de 42 motoristas, em Aparecida de Goiânia. Quase a totalidade dos condutores era de jovens e cerca de 50 por cento composto de brasilienses. Ou seja, pessoas inconsequentes se embriagaram e ainda queriam dirigir sem nenhuma condição pela BR-153, rumo ao Distrito Federal, percorrendo em torno de 250 km . Porém, a ação conjunta da PRF e a Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) impediu, neste caso, que eventuais tragédias ocorressem. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a multa para quem dirige sob efeito de bebidas alcoólicas é de R$ 1.915,40 e a pena para a infração pode chegar a três anos de prisão. Esse valor parece que não pesa nos bolsos dos infratores, que volta e meia reincidem na mesma prática. O péssimo hábito de dirigir alcoolizado não é exclusivo de classe a, b ou