Bbb e a sociedade do espetáculo
Os traços de nossa cultura, a semelhança e os mais diferentes dilemas são hoje frequentemente refletidos na mídia. Um fator exemplar são os reality shows apresentados na TV. Tomamos como foco o Big Brother Brasil (BBB), apresentado pela Rede Globo de Televisão, criticado por alguns e venerado por outros, que continua chamando a atenção do público visando ao interesse e à apreciação pela vida íntima.
1.0 BIG BROTHER BRASIL Em época de Big Brother Brasil (BBB) não se fala em outra coisa nas filas de banco, supermercado, nas salinhas de espera ou pelas ruas do país, todos querem saber o que se passa pela cabeça daqueles candidatos a participantes que vão todos os dias “entrar” na casa de milhares de brasileiros, levando- os a gargalhar, odiar, chorar, torcer e vibrar por suas conquistas; candidatos anônimos, desesperados por dinheiro e atenção (não obrigatoriamente nessa ordem). O “legal” do BBB é isso: Vivenciar tristeza de outras pessoas ausentando- se da própria vida, mas observando- se no outro. Não se quer pensar, agir ou sentir, abdica- se da própria angústia existencial para que falsos atores vivam intensamente pelos espectadores. A partir desse “fenômeno” de audiência, podemos refletir sobre a banalização e valorização espetacular da vida íntima. Preservar a vida íntima já foi considerado, há alguns anos atrás, um valor, mas nos dias de hoje está cada vez mais na “moda” tornar a vida privada pública.
Quanto aos telespectadores, podemos perceber um consumo massivo de imagens por um público que fica extasiado diante do espetáculo criado pela indústria da televisão e pela ficção do “real”, afinal, o BBB é considerado uma novela da vida real, na qual o público curioso procura por imagens de vulgaridades, banalidades e passam a bisbilhotar sobre a vida daqueles, até então, anônimos que se tornam famosos e íntimos de uma hora pra outra. A diferença dessa novela, é que os atores que desempenham tais papéis são pessoas comuns e agem como se