BASE PARA ENSAIO
A escolha de escrever um ensaio sobre o livro do inglês Bruce Chatwin - o Vice-rei de Uidá - está atrelada à curiosidade de investigar as relações entre o Brasil e o antigo reino do Daomé – atual República popular do Benin - no século XIX, as quais sobrevivem até os dias de hoje através da descendência de Francisco Felix de Souza, o baiano que foi responsável pelo tráfico de escravos na região e se tornou um homem poderoso - o Chachá - título honorifico designado ao vice-rei de Uidá.
Além disso, após uma visita à casa do Benin, no centro histórico da capital baiana fiquei bastante interessado para entender a influência do povo yorubá-nagô na Bahia, pois na época do tráfico negreiro um grande contingente de escravos foi trazido para a cidade de Salvador. Na casa do Benin existem imagens que mostram a cultura baiana presente no dia-a-dia deste país africano que evidencia os aspectos comuns entre a população local e o Brasil.
O romance conta sobre a família dos Souza que é a grande herança cultural deixada pelo Chachá, a tradição e os costumes repetidos de geração a geração fascinam o pesquisador que se debruça a fim de investigar a vida deste personagem que marcou a história do Daomé.
Na obra é possível detectar informações que relatam sobre esta parte da costa ocidental africana fazendo com que o leitor a cada página lida, adquira mais conhecimentos sobre a tradição, população, cultura, religião, etc.
Utilizando o lado do fictício e uma certa “ironia” na descrição dos personagens da família dos Souza, o escritor inglês Chatwin aborda em sua obra a vida de Francisco Felix de Souza, (no romance o Félix é substituído por Manoel e o Souza é substituído pelo Silva) trazendo informações preciosas sobre o período do comércio de escravos pela costa do Daomé.
Chatwin escreve o romance baseado nas informações que conseguiu reunir através de suas viagens ao Brasil e a costa do Daomé recolhendo relatos de viajantes ingleses, tais como, Ducan, Forbes,