BARROCO NO BRASIL
O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um movimento apenas destinado à catequização. A partir do século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente.
Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a formação de uma consciência literária brasileira. A vida social no país era organizada em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo efetivamente um público leitor para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito. Nesse contexto, merecem destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
Delimitação:
Início: 1601, publicação do poema épico “Prosopopeia” de Bento Teixeira. Final: 1768, fundação da Arcádia Ultramarina e publicação de “Obras Poéticas” de Cláudio Manuel da Costa.
Características:
- Contraste (Razão X Fé)
- Tensão Emocional
- Religiosidade
- Gosto pelo grandioso, sangrento e trágico
- Cultismo (jogo de palavras) e Conceptismo (jogo de ideias)
- Sua linguagem é rebuscada e ambígua.
- Caracteriza-se por utilizar largamente figuras de linguagem: metáfora, antítese, o paradoxo e a sinestesia.
Padre Antônio Vieira:
Antônio Vieira (1608-1697) escreveu muitos sermões, dentre os quais se destacam: Sermão da Sexagésima, em que discorre sobre a arte de pregar; Sermão de Santo António aos Peixes, em que trata da escravidão do indígena; Sermão do Mandato, em que fala do amor místico de Cristo; Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de