Barreiras do desenvolvimento
Dilema, de acordo com Ferreira (1988, p. 222), é, dentre outros significados, uma “situação embaraçosa com duas saídas difíceis ou penosas”. Kotler (1996) identifica um dilema na questão do desenvolvimento de novos produtos: ao mesmo tempo em que fica cada vez mais arriscado não inovar (sendo, segundo o mesmo, a inovação contínua a única maneira de evitar a obsolescência da linha de produtos), está cada vez mais difícil o desenvolvimento bem sucedido (pelos riscos e altos custos envolvidos, dentre outros fatores).
Além do dilema identificado por Kotler, duas outras situações representam dilemas na questão do lançamento de novos produtos. A primeira delas envolve cultuar o novo ou se apegar aos produtos tradicionais. Numa referência a hábitos culturais, para Daniel Bell, citado por Eccles et al. (1994, p.16), “a sociedade fez mais do que aceitar passivamente a inovação: ela proporcionou um mercado que engole ansiosamente o novo, por que acredita que ele é superior em valor a todas as formas mais antigas”. Desse modo, um produto novo seria sempre visto como superior aos já existentes, o que ampliaria as suas possibilidades de sucesso. Os produtos tradicionais bem sucedidos, por outro lado, requerem, por conta de uma reputação já formada no mercado, menos esforços e investimentos de Marketing e menos riscos.
A outra situação envolve a grande oferta de novos produtos e a “limpeza” nas gôndolas. Se, por um lado, existe a necessidade e a iniciativa de lançar uma variedade cada vez maior de produtos no mercado, por outro lado, como relata Mattos (2002), no varejo as redes de supermercados vêm fazendo uma “limpeza” nas suas prateleiras, reduzindo o número de itens disponíveis e dando espaço aos produtos mais rentáveis. Com isso, ao mesmo tempo m que se procura segmentar mais os produtos e atender a gostos e necessidades de mercado inversas, uma força do próprio mercado (a distribuição) pode agir