BARRACLOUGH G
O conceito de Império se resume a duas principais características: grande extensão territorial e o domínio de diversos povos, conquistados seja pelo poderio militar ou financeiro ou relações diplomáticas, submetidos a mesma autoridade, o Imperador. Isto posto, segundo o autor, no final do séc. XIX o industrialismo expandiu-se pelos quatro cantos do mundo e a visão que se tinha era que essa expansão levaria civilização aos povos “estagnados”, pois era dever das potências europeias estabelecer essas condições, tais como, o envio de autoridades, sem as quais não haveria o emprego adequado das capacidades europeias nesses locais. Líderes no movimento imperialista viam-no não só como uma questão de domínio mas a chave para a glória e riqueza e dever de servir à humanidade. E previram que a população europeia se espalharia, se estabelecendo nos territórios coloniais, mantendo a maioria da população ou um sólido quadro administrativo. O problema, segundo Barraclough, é que as potências europeias ao lançarem-se na conquista de novos territórios exorbitaram de suas próprias forças. Em segundo lugar, os interesses da população colonial e metropolitana raramente convergiam na mesma direção. E os esforços dos colonialistas “brancos” para controlarem suas próprias questões abriram precedentes para as populações ditas “de cor” procurarem sua emancipação. As nações tinham posto em movimento nos restante do mundo uma série de acontecimentos que não podiam mais controlar ou fazer retroceder, e tais acontecimentos foram fatais, a longo prazo, para o domínio europeu, e marcaram o apogeu e queda da era europeia. É possível concluir que o início do século XX marcou o fim de uma era europeia e que o velho continente deixou de ser o centro da política internacional após as guerras mundiais. Essa nova estrutura mundial foi uma consequência material da industrialização e do