Barbaros e colonizadores
RAMINELLI,Ronald. Imagens da Colonização: a representação do índio de Caminha a Vieira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996. II cap., p.53-83. Paulo Jackson Mota da Silveira
O historiador Ronald Raminelli é doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo, com a tese Imagens da Colonização. Obteve o titulo em 1994 resultando sua tese em 1996 no livro Imagens da Colonização: A representação do Índio de Caminha a Vieira. Atuou como professor associado da Universidade Federal Fluminense e pesquisador do CNPQ. Possui ampla experiência na área de História Moderna, com ênfase em História do Brasil Colônia, com domínio dos temas: Colonização, viagens cientificas, ilustração portuguesa e História da Ciência. No 2º capitulo do livro “Imagens da Colonização: a representação dos índios de Caminha a Vieira”, intitulado, Bárbaros e Colonizadores, Raminelli aborda como os estereótipos; bárbaros, pagãos e selvagens apresentado pelos colonizadores buscavam justificar e consolidar a intervenção e conquista das Américas pelos europeus. Partindo da analise do conceito de bárbaro criado pelo filósofo Aristóteles, para denominar a inferioridade dos povos vizinhos, e a superioridade da civilização grega, Raminelli evolui no tempo e perpassa pela Idade Média até a conquista e colonização das Américas pelos europeus estabelecendo uma correlação dos conceitos de bárbaros / pagãos / ameríndios, demonstrando que na essência o conceito era o mesmo obedecendo apenas às variações de temporalidade e contexto histórico. Raminelli a partir da pesquisa analise e estudo de diversos documentos, relata a visão construída através de imagens pictóricas construídas e elaboradas a partir de mapas cartográficos, cartas de jesuítas, relatos de navegadores e bastante difundidas na Alemanha, Portugal, Espanha e outros países do continente europeu, da visão do ameríndio como um selvagem, um bárbaro animalesco. Raminelli cita o pintor Étienne Delaune que em suas