Baraka: Um Mundo Além das Palavras
Desperta a curiosidade sobre as mais distintas culturas, mostrando rituais religiosos e fenômenos da natureza. Ambientado ao som de ritmos de vários rituais religiosos e ao próprio som da natureza, é a reprodução visual da ligação humana com a Terra, uma sucessão de belíssimas imagens no intuito de traçar um panorama da condição sociopolítica da humanidade. Ele captura não só a harmonia, mas também a calamidade existente na humanidade e na natureza, a exemplo das imagens de como a natureza tem sido explorada por nós, e não só ela, mas também como o próprio ser humano tem sido seu lobo. Mostra isto fazendo uma viagem pelas culturas e costumes ao redor do planeta e promovendo comparações e metáforas que simbolizam comportamentos, ações e até mesmo o sacrifício e a necessidade dos seres humanos.
Tudo isso é apresentado ao espectador de maneira poética graças ao diretor Ron Fricke. No seu trabalho de 11 anos, valorizou a fotografia e a edição de imagens que extraem arte da complexidade de paisagens e situações por meio de diversos tipos de ângulos, o que contribui ainda mais para alcançar o efeito desejado: mostrar o quão diverso em todos os aspectos é o nosso planeta.
A diversidade cultural humana ambientada em Baraka necessita ser vista e compreendida pelo próprio ser humano. Isto porque a ideia de que existem culturas superiores a outras é ainda demasiadamente evidente em nosso cotidiano. Tal ideia é categoricamente contestada por Geertz em seu livro “A interpretação das culturas”, parte II, capítulo II “O Impacto do conceito de