Baptista, myrian veras. planejamento social: intencionalidade e instrumentação – ed. veras
A teoria da degenerescência propunha a higienização e disciplinarização da sociedade além de pregar uma hierarquia social, estando no ápice dela a raça ariana e na base a raça negra (segundo a teoria mais propensa à degeneração por sua suposta inferioridade biológica). Essas idéias ganharam mais força com o agravamento dos problemas sociais na virada do século (necessidade de controle das massas). A questão da ordem, do controle é tomada de grande importância. Pode-se entender, portanto, o porque da ênfase na criação de asilos, eles são espaços de exclusão dos desordeiros. Outro local importante na gênesis da psiquiatria como ciência no Brasil foi o “Hospital Juquery”. Foi construído fora da zona urbana da cidade de São Paulo apresentando lá o pensamento hegemônico da época no Brasil. Dava legitimidade à exclusão de indivíduos indesejáveis, mas que não se enquadravam no sistema penal. As técnicas mais utilizadas eram: alternância de banhos quentes e frios, malarioterapia, traumatoterapia, laborterapia e terapias medicamentosas. A “Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro” deve ser ressaltada como marcante já que foi uma das primeiras referências da perspectiva psicoterápica no Brasil num momento em que os métodos psiquiátricos mostravam-se dominantes. A “Liga Brasileira de Higiene Mental” foi fundada em 1923 por Gustava Riedel com o objetivo de prestar assistência ao doente mental. Esse objetivo inicial, entretanto, foi sendo alterado e as metas da liga passaram a enfatizar a profilaxia e a educação de indivíduos, transferindo a preocupação da cura para prevenção, o que teria sido um avanço não fossem essa preocupação pautada nas ideológicas eugênicas. Sob essa perspectiva, a psiquiatria pretendia exercer controle sob as problemáticas pelo ordenamento do espaço urbano. Tinha autoridade para punir e banir os desajustados. Buscaram combater o alcoolismo, o jogo, a prostituição e o crime. A doença