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É DIVISÍVEL O INCONSCIENTE? O artigo em seu início traz à baila a relevância da verbalização no processo terapêutico, bem como a sua propriedade curativa. Essa prática – verbalizar o censurado – teve como ponto de partida a cultura ocidental, os confessionários católicos foram os primeiros locais a difundir o uso da palavra, bem como os libertinos franceses do Século das Luzes, os quais passaram a falar em público o obsceno e por conseguinte o Marquês de Sade, verbalizou o abominável. Posteriormente com o surgimento da psicanálise Freud fez a sua esmera descoberta, onde não somente as patologias psíquicas como também o ser humano em sua totalidade – vida sexual, seu o desenvolvimento cultural- através da relação terapeuta e a escuta da fala do indivíduo. Contudo houve nesse ínterim o surgimento da verbalização destrutiva, “... o silêncio virou resistência, sintoma, motivo de suspeita”. Foi através de Leibniz que a fala passou a ter a conotação da escrita e assim tudo o que existia passava então a ser descrito e serviu como ferramenta para a composição do todo – ideias e sentimentos e emoções dos indivíduos – Kant deu prosseguimento esmiuçando a teoria e concluindo que a linguagem ocupa pretensão cognitiva, reflexiva ou normativa, dentro de um contexto específico. No presente século, Carnap deu continuidade aos desejos leibziano e iluminista de uma linguagem que caracteriza, significa. Wittgenstein entendia a fala como uma prática terapêutica. A fala humana na atualidade acaba por tornar-se matéria-prima da tecnologia da informação, infelizmente o domínio público reduz o ser a um fluxo de dados, não atribuindo ao indivíduo as suas particularidades, mensurando o comportamento humano pelo comportamento verbal. Este posicionamento não é adequado, pois incorremos na possibilidade de errar ao estabelecer pré julgamento ao indivíduo antes de