Bandeiras paulistas
AS BANDEIRAS PAULISTAS
Enquanto o litoral do Nordeste cresce, inicia-se a grande aventura de desbravamento dos segredos do interior. São os seus agentes os paulistas que a partir do planalto de Piratininga desde bem cedo partam a desbravar os sertões. De início tratava-se de expedições guerreiras, com o propósito de escravizar aborígenes e assim garantir a sobrevivência do pequeno núcleo urbano de São Paulo, necessitando de mão-de-obra. Ao mesmo tempo afastavam-se os mais aguerridos dos grupos de indígenas inimigos. Pode falar-se de bandeirismo defensivo. Mas, em seguida, a penetração para o interior, em busca de escravos e de metais preciosos, vai passar a ser bem mais ambiciosa e de raio mais amplo. Será, assim se quiser, um bandeirismo ofensivo.
Para suportar as expedições, constituíam-se sociedades comerciais. No regresso as presas eram distribuídas pelos investidores, à proporção dos capitais empregues. O trabalho dos expedicionários era remunerado em número de peças, segundo o que constava dos contratos. Os escravos serviam para as lavouras dos que as tinham ou para venda.
Captura de escravos. Quando “vão ao sertão é a buscar índios forros, trazendo-os à força e com enganos para servirem deles e os venderem com muito encargo de suas consciências. E é tanta a fome que disto levam que, ainda que de caminho achem mostras ou novas de minas, não as cavam nem ainda as veem ou demarcam”, é crítica de Frei Vicente do Salvador (liv. I, cap. V, 63). Mas a busca do ouro não foi abandonada. Os paulistas continuavam a obter algum ouro de aluvião nas suas entradas. O que era sabido. No entanto, não se tinham encontrado jazidas que justificassem instalações permanentes de mineração. Embora a busca dos metais preciosos não deixasse de estar na mira dos que partiam para os sertões, não era esse normalmente o principal objetivo das expedições.
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Naturalmente a expansão orienta-se para as terras onde abundavam os índios, que eram as do caminho