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Banco de desenvolvimento dos Brics pode ser alternativa a Banco Mundial
A criação de um banco de desenvolvimento pelos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) "tem o potencial de virar o jogo" no cenário financeiro internacional, disse à BBC Brasil o economista Mark Weisbrot, codiretor do Center for Economic and Policy Research, com sede em Washington.
Com capital inicial de US$ 50 bilhões para financiar obras de infraestrutura em países pobres e emergentes, o Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics vem sendo encarado como uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
Para Weisbrot, o novo banco deverá reduzir a influência internacional dos Estados Unidos e da União Europeia."Já estava mais do que na hora de o mundo ter um banco como esse", afirma."Setenta anos é muito tempo para ter todas as instituições internacionais com alguma capacidade de decisão em questões econômicas sendo controladas pelos EUA e um punhado de aliados ricos", diz, referindo-se à Conferência de Bretton Woods, em 1944, que levou à criação do FMI e do Banco Mundial.
"O banco dos Brics tem o potencial de virar o jogo."
O tratado que formaliza a criação do banco foi assinado nesta terça-feira pelos líderes dos cinco países-membros dos Brics, durante o 6º Fórum dos Brics, em Fortaleza.
Os membros dos Brics, assim como outros países emergentes, reivindicam há anos reformas que lhes garantam mais voz e mais poder de decisão no FMI e no Banco Mundial.
O argumento é o de que a estrutura atual das duas instituições, tradicionalmente dominadas pelos Estados Unidos e por países europeus, é ultrapassada e ainda reflete a ordem mundial do pós-guerra.
Reservas
Weisbrot ressalta a importância do fundo de US$ 100 bilhões que também foi anunciado pelos Brics.
Batizado de Arranjo Contingente de Reservas, esse fundo poderá ser acionado para socorrer países-membros do