Balzac e a costureirinha
Pós-Graudação lato sensu
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Barbara Candida de Souza Soares
RESENHA
Filme: Balzac e a Costureirinha Chinesa, 2002.
Balzac e a Costureirinha Chinesa é um filme chinês, lançado em 2002 pelo diretor Daí Sijie que retrata com delicadeza e sensibilidade a Revolução Chinesa sob o comando de Mao Tsé-tung que promoveu um amplo conjunto de reformas no país. Tendo como recorte central a amizade de dois jovens, Luo e Ma que obrigados a irem para o Tibet num vilarejo montanhoso para trabalharem na terra e, se reeducarem culturalmente, ou seja, se afastarem da influência ocidental ao reforçarem sua cultura e suas crenças, conhecem uma costureirinha singela e doce por quem se apaixonam, mas que não sabia ler. A partir desse encontro descobrem o valor da amizade, e ambos resolvem ensiná-la a ler, principalmente, quando a mesma revela para eles que um jovem conhecido do vilarejo possuía uns “livros proibidos” escondidos no seu quarto. É então que o filme exibe de forma alegre e comovente o contato desses jovens com esses livros ditos proibidos por abordarem sobre a literatura ocidental de grandes autores como Zola, Flaubert e Balzac e, de como um determinado tipo de leitura pode transformar a vida das pessoas, seu modo de pensar e vê o mundo. O filme faz refletir para quem o assiste sobre a importância da liberdade de pensamento e no que isso pode gerar para uma sociedade, fundamentalmente, a chinesa em questão, quando se trata de uma possível ruptura de um autoritarismo intelectual. Balzac e a Costureirinha Chinesa apresenta uma China Comunista em plena Revolução Cultural que foi capaz de mobilizar a grande maioria de sua população a seu favor, ao mesmo tempo, em que faz uma crítica, ao tentar chamar a atenção do telespectador para os princípios ditatoriais que violam a liberdade de expressão. E de como o saber e a cultura, pode sim, se tornarem principais fatores de mudança