Balan o Intra e Extra celular Carboidratos
A flutuabilidade em cianofíceas planctônicas é uma característica que permite realizar migrações na coluna fótica conferindo importantes vantagens ecológicas. Nas camadas superficiais, frequentemente exauridas de nutrientes como nitrogênio e fósforo, estes organismos realizam fotossíntese a qual é insuficiente para a plena citocinese devido à falta de nutrientes. Entretanto, essa fotossíntese é suficiente para a produção de carboidratos de reserva que, acumulado, funciona como lastro e/ou provocando a destruição das vesículas de gás pelo aumento da turgidez fazendo com que as células afundem para camadas mais inferiores da zona fótica e frequentemente mais ricas em nutrientes que podem ser adsorvidos possibilitando a citocinese e a produção de aerótopos, aumentando a flutuabilidade, fechando, assim, o ciclo (Walsby, 1994).
A regulação desse processo de flutuação é muito diversa variando de espécie para espécie. Em Microcystis aeruginosa, quando em zona fótica exaurida de nutrientes, há o acumulo de carboidratos insolúveis, não alterando a turgidez das células e sem provocar o rompimento das vesículas de gás (Oliver, 1994). O aumento desses carboidratos, com a diluição das vesículas de gás durante o processo de divisão celular provoca uma flutuabilidade negativa. Nas camadas mais profundas, o ambiente rico em nutrientes propícia a formação de vesículas associada com o consumo dos carboidratos, diminui a densidade das células, iniciando o retorno a superfície (Kromkamp & Mur,
1984; Kromkamp et al, 1988). Outro fator importante é a formação de colônias que também auxilia na flutuação (Wallace & Hamilton, 2000).
No reservatório de Barra Bonita, um ambiente hipereutrófico onde Fósforo e
Nitrogênio não são limitantes, seria esperado que a M. aeruginosa, que as colônias ficassem sempre na superfície, como nos blooms de inverno, contudo elas podem ser encontradas em várias alturas da coluna da água, devido provavelmente à turbulência
(Dellamano-Oliveira,